


Na literatura infantojuvenil, trazemos situações que serão vivenciadas pelas crianças e pré-adolescentes, como o estar no mundo e se perceber em relação ao outro, as amizades, os conflitos, as competições, as perdas, as descobertas e as conquistas.


Ao modo das façanhas do folheto de cordel, Dez baleias na estação esperando pelo trem traz, em estrofes bem rimadas, alusões engraçadas a eventos absurdos que o poeta vislumbrou. “Eu vi um surfista / Pegar onda em marcha à ré, / Duas pulgas procurando / A tal da arca de Noé. / Eu vi a mula / Sem cabeça usar boné, / E um dentista experimentando / Dentadura em jacaré.” Depois dessa primeira estrofe, ele segue contando proezas e divertindo leitores com sua imaginação mirabolante. Curioso é que Cesar Cardoso foi escrevendo essas estrofes para serem cartas, que enviava aos netos e à sobrinha. Numa só tacada, recupera duas tradições culturais importantes e cada vez mais raras: o poema-cordel e as cartas. Com as ilustrações de Bruna Lubambo, completa-se sua beleza e graça.






